A história dos joguinhos de videogame é composta por pequenos grandes momentos e hoje celebramos um deles. Nesta data, mas em 1984, o engenheiro de computação Alexey Pajitnov lançou o jogo Tetris, baseado em um game da vida real chamado pentaminó. Apesar de ter sido inventado numa era em que nem havia o mato que formou a internet, o conceito é tão bom que o título permanece conhecido (e jogado) por jovens de todo o mundo. Tanto em consoles como na web.
Ah, o frio na barriga de começar um trabalho novo. A animação para testar e mostrar suas habilidades, conhecer os novos colegas e o salário no fim do mês. Mas, depois disso tudo, vem um sentimento de arrependimento de ter aceitado a vaga que parecia dos sonhos e na verdade virou um pesadelo. Conheça o “Hire Regret”! O fenômeno é, em tradução literal, o arrependimento da contratação. O pavor ao “sim” dado a uma oportunidade de emprego. Vários motivos levam alguém a passar por isso, desde uma função que tem atribuições diferentes das divulgadas, à falta de alinhamento com a empresa escolhida.
PROPAGANDA ENGANOSA
O Hire Regret não é nada novo. Ele sempre existiu, mas a proporção aumentou nos últimos 2 anos, com a agitação econômica e política, bem como demissões em massa na área de tecnologia, principalmente. Uma pesquisa, feita pelo portal The Muse, com 2,5 trabalhadores das gerações Millennial e Z mostrou que 72% dos jovens começaram um emprego novo e depararam-se com uma empresa ou uma função diferente da anunciada.
Dentre todos os entrevistados, 40% têm sentimentos que poderiam os levar a pedir demissão após 2 e 6 meses no novo emprego. Outro estudo, desta vez do Harris Poll, observou que 70% das pessoas em busca de trabalho apresentam dificuldades de encontrar boas vagas.
Nos dois levantamentos, foi pontuado que as pessoas não conseguiam entender a cultura da empresa por causa do home-office e que os recrutadores ignoravam candidatos, sem dar qualquer resposta, mesmo que negativa. Por isso, 60% dos norte-americanos que procuram um trampo estão na luta há mais de 6 meses, mesmo se inscrevendo em mais de 50 vagas.
Assim, acabavam aceitando o que aparecia primeiro e se frustrando. Por aqui a coisa não anda diferente, basta entrar no LinkedIn e ver zilhões de reclamações desse tipo.
A ORIGEM
O começo do movimento de arrependimento vem da Great Resignation, ou Grande Demissão, observada desde o ano passado. Se você não esteve nessa leva, provavelmente conhece alguém que largou o trabalho por algo melhor — com “melhor” representando um salário mais alto, benefícios ou oportunidades de crescimento, além de equilíbrio entre a vida pessoal e a profissional.
E temos números para ilustrar: em dezembro de 2022, 4,1 milhões de trabalhadores dos EUA deixaram seus empregos, 50 milhões no ano todo. O tempo passou e 8 em 10 se arrependeram da troca de serviço, mostrou a pesquisa da Paychex. Sabe a listinha no parágrafo acima do que essa galera buscava? T-U-D-O sofreu.
Por aqui, até março do ano passado mais de 600 mil pessoas tinham pedido demissão voluntária (30% do total de desligamentos).
Como se não bastasse, ainda rola, para alguns, a dificuldade de se recolocar antes mesmo de se arrepender. O pessoal de saúde e educação está conseguindo descolar um emprego mais rápido, enquanto a galera de tecnologia enfrenta uma situação diferente dos anos anteriores.
VALE POR DOIS
Como arrependimento não mata, o ideal é se preparar para evitar o Hire Regret. Se antigamente uma entrevista para um novo emprego exigia visitas ao ambiente de trabalho, que mostraria um pouco da cultura da empresa, agora o candidato tem que perguntar. Há diversas dicas para fazer essa investigação. O postulante ao emprego pode até fazer uma listinha: questionar na caruda qual a cultura do local e o motivo de a vaga estar aberta (com educação, por favor!). Vale ainda averiguar se há oportunidades de crescimento, treinamentos e como são os futuros superiores e colegas de trabalho. Não precisa ter vergonha, só um pouco de tato para não se arrepender nem passar vontade.
ELE ESTÁ ENTRE NÓS
O headset de realidade mista Apple Vision Pro foi, enfim, anunciado durante o evento WWDC Developer 2023, realizado ontem (05). Mesmo depois de altos vazamentos, o dispositivo chamou a atenção por 3 razões:
- diferentemente da maioria dos óculos do mercado, os olhos de seus usuários ficam visíveis (algo similar a uma lente de óculos comuns);
- porém, há capacidade de também bloquear a visão para pessoas externas;
- dispensa o uso de controle físico, de modo que os comandos são feitos por voz, olhos e dedos pinçados.
De acordo com a empresa, o Vision Pro será vendido lá nos States por preço (salgado) de USD 3.4999 no início de 2024. Ainda não há previsão para sua chegada no Brasil.
SÓ NA SURDINA
Cerca de 30 mil funcionários da Amazon tiveram acesso a gravações de voz de usuários da Alexa, de acordo com a Federal Trade Commission (FTC). O órgão de proteção dos consumidores dos EUA. Descobriu que as ~captações~ ocorreram entre agosto de 2018 e setembro de 2019, para uma suposta melhoria de software. Porém, a FTC percebeu que a atividade tinha ido muito além dessa proposta. O Departamento de Justiça dos EUA inclusive entrou com uma queixa em nome da FTC, alegando que a big tech falhou em excluir dados internos de usuários mesmo após solicitação.
À LA SUCCESSION
Joe Benarroch foi contratado para assumir uma cadeira no time de operações comerciais do Twitter. Para quem não sacou, esse é mais um ex-executivo da NBCUniversal a atuar na empresa de Elon Musk, após o anúncio de Linda Yaccarino como CEO (falamos na semana passada sobre essa mudança). Além de alguns B.O.s decorrentes da gestão do bilionário, o cenário para os novatos não está dos melhores. Isso porque há poucos dias dois executivos de alto escalão deixaram a empresa: Ella Irwin, responsável pela área de confiança e segurança, e AJ Brown, chefe de segurança de marca e qualidade de anúncios.
POUCOS COM TANTO Os investimentos em startups brasileiras registraram aumento de 22,5% em maio, atingindo o total de R$550 milhões. Porém, a maior parte deles se concentrou em rodadas iniciais, representando 93,5% do valor total investido. Em termos de valor, o destaque ficou com a Digibee, empresa de software, que levou a bolada de R$300 milhões.
Em seguida, está a startup de experiência do consumidor Track.co, que obteve R$33 milhões. Por fim, Mob2Con, uma plataforma de inteligência de dados para a indústria e o varejo, que recebeu R$5 milhões.